10 - CARLOS CÉSAR, UM DA VELHA GUARDA

 

          No dia 22 de junho de 1970, na Capital do Estado, onde residia, faleceu o Sr. Carlos César, prestante cidadão botucatuense. Foi sepultado em Botucatu.

            Neste registro simples, fica assinalada a morte de Carlinhos César, um da velha guarda, de homens públicos botucatuenses.

            Carlos César nasceu em 23 de março de 1880. Contava pois,  noventa anos de idade. Foram seus pais, Augusto Cesar de Arruda Camargo e a centenária dona Pureza Rodrigues César.

           Carlos César, bom cidadão botucatuense, serviu sua terra com honra e dignidade. Lutador, idealista.

           Começou sua vida como Guarda-Livros da tradicional Casa Amando. Depois, fundou a Casa Carlos, que ainda existe, sob a direção de Orestes Tortorella. Quando da instalação da agência do Banco Comércio e Indústria de São Paulo, em Botucatu, foi o seu primeiro Gerente. Não admira, pois que ao ser fundada a Associação Comercial, fosse ele o seu Presidente.

              Como todo bom cidadão, servidor da terra, pagou tributo à política. Durante longos anos, tomou parte nas lutas partidárias. Teve alegrias e sofreu dissabores. Alcançou sucessos e teve prejuízos. E ao final, como homem bom, honesto e decente, para si e para os seus, nada colheu. Mas de cabeça erguida, respeitado, saiu como, entrou.

             De 1912 a 1916, foi Vereador à Câmara Municipal local. Integrava a bancada amandista. Findo o mandato, afastou-se da militância e foi cuidar de seus interesses particulares.

             Correm os anos. Chegou o ciclo revolucionário de 1920-1930. Oposição forte, apoiada nas forças armadas, se levantou contra o velho PRP. As agitações e movimentos armados,  culminaram com o 03 de outubro de 1930. Derrubado Washington Luiz, e com ele a República Velha, instala-se a República Nova, sob a ditadura de Getúlio Vargas. Iniciou-se o nocivo ”getulênio”, curto período de governo, de quinze anos. . .

             Carlos César, que formara ao lado daqueles que combatiam as oligarquias, as truculências, os desmandos e as opressões, batendo-se pela melhoria dos costumes políticos, desiludido,  engrossa as fileiras dos paulistas descontentes. E em 1932, na Revolução Constitucionalista, ficou ao serviço da Lei, da Democracia. Combateu a Ditadura.

             Com a redemocratização,  aliás passageira, do país, voltou à atividade política. Integrou os partidos Democrático, Constitucionalista e União Democrática. Num período difícil para São Paulo, foi Prefeito Municipal de Botucatu, de 06/03/1934 a 25/08/1935. Foi bom Prefeito. Honesto. Trabalhador. Carlos César foi o 6º Prefeito de Botucatu.

( Correio de Botucatu, 28/06/1970)

 


 
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