51 - PLANTADORES DE CARVALHOS

 

             Terminei a primeira série destes artigos. Cinquenta capítulos. Parece que agradaram. E, por isso, como há muita coisa a contar, neste 1971,  se o Plínio Paganini concordar, pretendo escrever outros artigos. Um livro, possivelmente resultará destas evocações, onde focalizo “Plantadores de Carvalhos”, como muito bem frisou um botucatuense ilustre, elevada expressão do magistério paulista, na carta que, agradecendo, abaixo transcrevo:

             “Prezado Dr. Tião,

             Você emérito rastreador das coisas e fatos que fizeram a grandeza da nossa terra, mergulha agora nas raízes de incontáveis personalidades que ilustram os tempos de dante, aprecia os vetustos e nobres troncos e se espalha em notícias sobre as ramadas vcejantes. Em se tratando da minha gente não poderia ter me ofertado melhor presente de Natal.

               Veja bem que o cerne da Nação está na cepa desses varões ilustres, que forjaram o que hoje desfrutamos - condições de conforto e de lazer. Mas eles, por vezes comendo o pão que o diabo amassou, na sua condição de humildade ou de grandeza, legaram-nos um caráter adamantino exortado pelas virtudes do amor à família e à Pátria. Foram desbravadores e construtores. Plantaram robustos carvalhos que ainda são o sustentáculo da nação, na hora incerta dos desvarios e desacertos de uma mocidade já sem a liderança de chefes de família daquele calibre e daquela estatura. Foram eles apenas seres humanos e nesta condição, tiveram fraquezas e virtudess.

               Sou o que sou e cheguei  onde cheguei, porque recebi a herança dessa gente, o seu caráter forte, o seu espírito empreendedor, a sua lúcida visão do meio, das gentes e das coisas.

               Parabéns, Dr. Tião: Ao já vasto acervo de contribuições folclóricas, históricas e geográficas da nossa terra, agora você traz à lume, pela sua prestigiada coluna, “as sombras que vivem”.

               Agora que o ano descamba para seus dias finais, como o sol “in occiatuo”, melancólicos como todos os finais  mas trazendo a sempre renovada esperança de alegrias, paz, trabalho fecundo e mil outras coisas, envio-lhe os meus votos de felicidades a você e aos seus.”

                 O Sr. Jandyro Villas Bôas, pertencente ao clã dos Villas Bôas, me distinguiu com a seguinte missiva:-

               Distinto amigo Dr. Sebastião,

               Li nas edições de 1º e 8 de outubro último, do “Correio de Botucatu” interessantes reportagens que o prezado amigo fez dos meus antepassados. São fatos reais, de certa forma já esquecidos e que, recordados, agradam sobremaneira os descendentes.

                Por essa razão, sinto-me no dever indeclinável de vir à sua presença, a fim de agradecer-lhe tão oportuna lembrança, que faz bem aos velhos e ilustra a geração mais recente.

               Aceite, pois, bondoso Amigo, o meu abraço de agradecimento e os votos sinceros de uma longa e profícua existência para mantê-lo firme nesse notável posto de ARTICULISTA DA RECORDAÇÃO. CORDIALMENTE, Jandyro Villas Boas.

                LUIZ CHIARADIA, em amável carta, que muito grato, abaixo transcrevo, assim me joga umas flores :

               “ Prezado Dr. Sebastião de Almeida Pinto,

                 Foi com grande satisfação que lemos mais uma das suas interessantíssimas crônicas sobre personagens do passado da nossa já Velha Botucatu.

                Obra meritória essa de relembrá-los a nós, que os conhecemos, e revelá-los aos nossos moços de hoje, esses vultos que deixaram traços indeléveis da sua trajetória pela nossa cidade.

               Desta vez, porém, a nossa satisfação é redobrada: a crônica se refere ao nosso parente, o circunspecto João Morato, o sisudo ancião e seus inúmeros descendentes.

               Queremos, por meio desta, patentear-lhe, caro Dr. Tião, a nossa gratidão pelo valioso trabalho que, além de nos relembrar muitos fatos e nomes queridos, revelou-nos detalhes desconhecidos para nós. A estes agradecimentos se associam todos os atuais descendentes de João Morato, que, graças a Deus, ainda estão ao nosso lado. Um abraço de seu amigo”.

NOTA DO AUTOR: No último capítulo, tratando dos descendentes de Nhô Quim Ferreiro, cometi uma omissão. Deixei de mencionar um filho de José Inocêncio Moreira. É ele o Sr. Antonio Moreira, Prefeito Municipal de Bernardino de Campos.

  ( Correio de Botucatu, 11/02/1971 )


 
<< voltar