60 - ADOLFO   PARDINI

 

              Nos velhos tempos, a Colônia Italiana de Botucatu, era numerosa. Além de outros já mencionados, tenho lembrança dos Pighinelli, Balarim, Franceschini, Varolli, Avalone, Michelucci, Torelli, Aversa, Laperuta, Pardini e outros mais, que aos poucos irei evocando. Adolfo Pardini, que faleceu relativamente moço, será hoje o focalizado.

                Adolfo Pardini era italiano. Natural de Sant’Anna, Província de Lucca. Filho de Frediano e Gesualda Pardini. Nasceu em 09 de novembro de 1869. Na terra natal, desde mocinho, já trabalhava na construção civil.

              Veio para o Brasil em 1890. Localizou-se em Poços de Caldas, Minas Gerais, onde residiu algum tempo, ainda solteiro. Na conhecida estância balneária do sul de Minas, conheceu o patrício Adolfo Dinucci ( também de Lucca ), que havia imigrado para o Brasil, havia pouco, em companhia do irmão Torello Dinucci. Adolfo Pardini resolveu então se transferir para São Paulo, Capital, passando a trabalhar com os irmãos Dinucci. Enquanto Adolfo Pardini trabalhava na construção da Escola Normal “Caetano de Campos”, Adolfo Dinucci construía a Escola “Ramos de Azevedo”. Isso em 1897.

              Em 8 de setembro de 1898, os dois Adolfo chegaram a Botucatu. Aqui se estabeleceram, aqui trabalharam o resto da vida,  aqui faleceram e foram sepultados. Em 1898, pois, foi constituída a conhecida firma Dinucci & Pardini, que se tornou famosa no ramo de construções de edifícios públicos. Operaram não só em Botucatu, como em várias zonas do estado de São Paulo. Adolfo Dinucci era o técnico, o projetista,  o relações públicas. Adolfo Pardini, excelente mestre de obras, era o administrador, o homem encarregado das construções. Espírito calmo, falando grosso  mas baixo, Pardini era o moderador entre as exaltações do Dinucci e outros amigos de discussões. . .

              Da firma Dinucci & Pardini, foi contador durante largos anos, o Sr. Manoel Fernandes Santini, o popular BIMBO, que, com a dissolução da firma, passou para a Prefeitura Municipal de Botucatu, onde se aposentou como Tesoureiro. Funcionário da firma também foi o Chiquito Venditto, que acabou se casando com dona Palmyra, filha de Dinucci.

              Solteirão, sócio do boêmio FANFULLA CLUBE, que funcionava na venda do José Bolognini, Adolfo Pardini, já bem de vida, resolveu tomar estado, como se dizia. Retornou à Itália. E lá na terra natal, em 1906, casou-se com da. Maria Pardini, rumando em seguida para o Brasil, para Botucatu.

             Aqui nasceram os filhos: Américo, casado com a Professora Erminda Varolli Pinotti; Dr. Romeu, médico veterinário, residente em Bauru e casado com a da. Amélia Serra; Hernâni, Diretor do SAAE ( Serviço Autônomo de Águas e Esgotos ), casado com a Professora Lygia de Camargo Pinto Pardini; Professor Homero, Inspetor Escolar aposentado, casado com a Professora Ednéia de Almeida Gil Pardini, residentes em Jundiaí; Professora Rosina, casada com o Sr. Henrique Vettori, residentes em São Paulo; Dr. Adolfo, médico, casado com a Professora Lúcia Zanotto Pardini; Siliana, Contadora, Gerente da Agência do Banco Brasul, na Avenida Angélica em São Paulo. Nesta agência só trabalhavam mulheres.

              As famílias Pardini e Dinucci, sempre moraram juntas. Quando Adolfo Dinucci ficou viúvo, do seu primeiro casamento, foi dona Maria Pardini que criou as meninas Palmyra e Maria, que eram pequeninas. Depois, quando Dinucci, em segundas núpcias, se casou com dona Luciana Fernandes, as famílias continuaram unidas, constituindo o mesmo lar.

             Adolfo Pardini, em 1910, foi Presidente da Sociedade Italiana de Beneficência , na época uma verdadeira potencia entre os peninsulares, e, por isso mesmo, um foco de agitações, como revelavam as crônicas da época, como bem podem contar Pedro Chiaradia e Adeodato Faconti. . . Pardini, moderado era uma espécie de bombeiro, para refrescar os ânimos. . .

            Totó, o velho Adolfo Pardini, faleceu em 20 de setembro de 1922. Um acidente vascular liquidou-o em pouco tempo. Deixando os filhos pequeninos. Siliana, nasceu uns poucos meses após a morte do pai. Em memória de Adolfo Pardini, um dos que ajudaram a construir Botucatu, na Vila dos Lavradores ( Jardim Paraíso ), há uma rua com seu nome.

( Correio de Botucatu – 22/04/1971 )

 


 
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