89 - FRANCISCO DE ASSIS NOGUEIRA

            

             O pioneiro Francisco de Assis Nogueira, em 1850, já andava por aqui. Mineiro, como os outros Souza Nogueira, com alguns fazendeiros do tempo, doou terras para a formação do patrimônio da Freguesia de Sant’Anna de Botucatu em 1876, complementando a doação inicial feita por José Gomes Pinheiro em 23/12/1843.

             Francisco de Assis Nogueira era bandeirante. Por índole e formação. Potentado, respeitado, chefe de prestigio na zona que povoava, num rompante de bandeirantismo, de sertanista nato que era, deixou Botucatu quando a mesma já era cidade e comarca. Ganhou os sertões da Alta Sorocabana. Posseou terras. Fundou povoações. Expulsou os índios. E fundou a cidade de Assis, cujo nome relembra seu fundador.( ERRATA - NOTA DOS REVISORES-ASSIS FOI FUNDADA PELO CAPITÃO FRANCISCO DE ASSIS NOGUEIRA, CASADO COM DELFINA CÂNDIDA RIBEIRO NOGUEIRA, ELE FILHO DE FRANCISCO DE ASSIS NOGUEIRA, O PIONEIRO,  CASADO COM ANNA THEODORA TEIXEIRA).

             Francisco de Assis Nogueira foi casado com Anna Theodora Teixeira. Desse casamento nasceram os filhos Francisco, Custódio, Bráz, Ana Margarida e outros menos conhecidos. Menção especial merece BRAZ DE ASSIS NOGUEIRA, que foi figura de destaque no velho Botucatu. Possuía fazenda para os lados do Pardinho. Lavrador e pecuarista. Pessoa importante e de prestigio, tinha de ser político. Foi Vereador em várias legislaturas, de 1861 a 1866. Tem seu nome numa das ruas da cidade. Braz de Assis consorciou-se com sua prima, a Maria Genoveva. Desse matrimonio nasceram os filhos Antonio Braz e Maria Amália, esta casada na família César, como já foi dito.

              Antonio Braz de Assis (Souza) Nogueira, que foi Vereador no tempo de Dante,casado com uma Maria Cristina Nogueira,, deixou os filhos  Isolina, Amazília, Licínia, Petronilha, Arnulfo, Astolfo e Maria Amália. Amazília se tornou esposa do Reverendo Francisco Lotufo, que, por largos decênios, foi Pastor da Igreja Presbiteriana de Botucatu, tendo se constituído num dos maiores valores do protestantismo no Brasil, além de grande cidadão botucatuense, de origem italiana. No bairro do Tanquinho há uma rua com o nome do prestante cidadão. A descendência do Reverendo Lotufo, além de numerosa é composta por filhos médicos, advogados, engenheiros e professores, sendo que o médico Dr. Ranimiro Lotufo reside em Botucatu.

              MARIA AMÁLIA NOGUEIRA CESAR, deixou os filhos Aquilino Nogueira César, Eduardo, Josefina, Júlia, Júnia, Maria e José, e cujos descendentes andam por aqui, continuando os casamentos consangüíneos, como era prática habitual. Uma filha, Josefina, casou-se com Alfredo Machado (Sidô), que eu conheci como Administrador do Mercado Municipal, tendo o casal muitos filhos, dos quais, residem em Botucatu, a funcionária aposentada dona Iracema, e o Armando, ferroviário aposentado.

              Aquilino Nogueira César, casado com a prima IsolinaCândida ( filha de Antonio Bráz de Assis (Souza) Nogueira ), ambos falecidos, deixou os filhos : Profa Ernestina, Prof. Aquilino Filho; Amazilinha e Dinorá,falecidas; Maria Amália, Cássia, Isolina e Profa. Hébe da Cunha César.

            Outro filho de Francisco de Assis Nogueira, o Custódio,fazendeiro, foi casado com da.Mariana Honória de São José ( que faleceu octogenária ) proprietária da Chácara “Dona Mariana”, na estrada velha de Itatinga. Desse casamento nasceram os filhos Sinhá, Benedito,Júlio e Agenor Nogueira, todos falecidos. Júlio Nogueira foi casado com a falecida Da. Catarina, deixando muitos filhos, dos quais residem em Botucatu a Profa. Conceição e o ferroviário Custódio Nogueira Neto, casado com a Profa. Ruth Cardoso Nogueira.

             AGENOR NOGUEIRA, foi cidadão de destaque em Botucatu. Lavrador e pecuarista. Político, Vereador em várias legislaturas, integrou diretórios de partidos locais. Tem seu nome numa das ruas da Vila São Lúcio. Foi casado em primeiras núpcias, com sua prima Adelaide Nogueira, da qual não teve filhos. Enviuvando muito moço, em segundas núpcias, casou-se com Da. Isolina ( a popular dona Zola ), filha do Capitão José Paes de Almeida, também já falecida. Desse casamento nasceram os filhos: Dr. José, Advogado; Daniel; Bráz de Assis Nogueira, Deputado Federal; Agenor ( mano Nogueira ),pecuarista; e a Profa. Beatriz, casada como Prof. Alfredo Marques do Valle, Presidente da Câmara Municipal de Avaré.

            O patriarca Francisco de Assis Nogueira casado com Anna Theodora Teixeira, sertanista, foi sogro de Francisco Thomaz de Andrade, pois este casou com sua filha Anna Margarida,  que era homem de grandes posses, sendo fazendeiro forte, dono de apreciável cultura para sua época. Sua filha Anna Theodora de Andrade casou-se com Joaquim de Souza Nogueira, que era o filho caçula de Joaquim de Souza Pinto e Rita Cândida Noronha Nogueira do O’ ( os que abriram essas evocações ). O jovem casal Joaquim de Souza Nogueira e Anna Theodora de Andrade, foi morar na “Fazenda das Pedras”, no município de Avaré, de sua propriedade. Seu “Quim”, como era chamado o moço Nogueira, homem bom, calmo e hospitaleiro era bem um paulista dos antigos. Na sua enorme residência, o ano todo, recebia a clientela, amigos e viajantes. Havia alegria. E a casa cheia de gente, lembrava a “casa-grande” de que falam os escritores do passado.

              Dos filhos de “Seu Quim”, tenho lembranças de Antonio, Rita, Maria, Francisco, Genoveva, Olímpia, Paulo, todos falecidos, e mais Hermelindo e Brasil, que residem em Botucatu. Antonio de Souza, o Antonião, era um gigante de dois metros e cinco, que o povo chamava de Antonio Menino. Fui Professor na Escola Normal desta cidade, de um dos seus filhos, o Pedro, hoje Catedrático do Instituto de Educação de Itapeva.

 

( Correio de Botucatu – 30/10/1971)


 
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